terça-feira, 1 de novembro de 2011

Como saber se tenho Narcolepsia?


Quem nunca desejou tirar uma soneca após o almoço ou sentiu os olhos pesarem durante uma aula enfadonha? Nessas horas o jeito é lançar mão de estratégias consagradas, como tomar café ou jogar um pouco de água no rosto.

Para alguns, no entanto, nada disso funciona. Quando bate o sono seja no meio de uma reunião com o chefe, num show de rock ou no trânsito só é possível fazer uma coisa: DORMIR.


Taxado de forma ignorante e preconceituosa como “preguiça”, o comportamento é, muitas vezes, a manifestação de um dos principais sintomas da narcolepsia. Pouco conhecida, a doença acomete um em cada 2.000 indivíduos e tem um diagnóstico difícil. O problema pode demorar vários anos até ser corretamente diagnosticado.


Apagões
Um grupo especial de neurônios do cérebro é responsável por comandar os estados de vigília e sono, ou seja, as funções “liga” e “desliga” do corpo. Por uma série de fatores que ainda não estão totalmente esclarecidos, os narcolépticos têm um déficit desses neurônios e, como consequência, têm o sono desregulado.

Segundo Denis Martinez, médico do sono e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), além de “apagar” algumas vezes durante o dia, o portador geralmente tem problemas para dormir à noite, fator que atrasa ainda mais o diagnóstico.

“As pessoas acabam achando que a sonolência diurna é normal, já que passaram por uma madrugada conturbada”, explica.

Sinais
Já que o principal indicativo da narcolepsia costuma ser confundido com preguiça, é importante ficar de olho em outros sintomas. Um deles é a cataplexia, presente em aproximadamente 60% dos casos.

Trata-se de uma perda de tônus muscular geralmente bilateral e súbita, que pode causar a queda do paciente. A moleza no corpo, cuja duração é de até cinco minutos, costuma ocorrer após fortes emoções, como rir ou tomar um susto.

A cataplexia é decorrente de uma característica importante da doença: a entrada brusca na fase REM do sono. Para se ter ideia, quem não tem narcolepsia em geral só atinge essa etapa depois de passar uma hora e meia dormindo. Martinez ressalta que é justamente no sono REM que sonhamos.

“Por isso, muitos pacientes relatam que têm alucinações durante os ataques de sonolência. Mas, na verdade, são sonhos”.

Diagnóstico
Apesar de render muitas histórias e risadas entre os amigos, dormir repentinamente causa muito sofrimento aos narcolépticos. Além de cultivarem a imagem de “corpo mole” colocando, assim, a vida profissional em risco podem se acidentar durante atividades que exigem atenção constante, como nadar, dirigir, praticar esportes ou manusear máquinas.

Por isso, diferentemente do que ocorre com outras doenças, receber o diagnóstico de narcolepsia é um alívio, pois o motivo do sono excessivo e fora de controle fica esclarecido. É importante frisar que a definição do quadro costuma vir após um exame chamado polissonografia, que avalia os fenômenos ocorridos durante o sono. Para realizá-lo é preciso dormir e passar um dia inteiro no local da avaliação.

A narcolepsia é tratada com medicamentos para aliviar os sintomas e orientação para que os pacientes façam cochilos diurnos.

“Um repouso de 15 minutos é o suficiente para deixar a pessoa revigorada para trabalhar ou exercer suas atividades por um tempo variável, que pode ser de duas a quatro horas, sem ter sono”, finaliza a médico.


Fonte: Minha Vida

Um comentário:

  1. Olá,eu li a matéria porque sinto que talvez eu tenha essa doença,sinto sono até determinada hora da noite e depois não tenho mais,durante o dia eu sinto sonolência constante,apenas em um pequeno intervalo da madrugada é que me encontro 100% acordado e quanto a minha "moleza" é difícil de ser dizer pois isso varia muito da situação,constantemente sonho acordado, principalmente em situações que as pessoas não estão nem cogitando a possibilidade de imaginar algo.

    ResponderExcluir